Fiquei sem fôlego. Levei um soco no estômago que me fez ficar atordoada e voltar a pensar que apesar de muitas realidades não serem as nossas... não quer dizer que não existam. "Assalto e Intromissão", de Anthony Minghella, é um filme de cortar a respiração. Ver a Juliette Binoche a perder a compostura e implorar ajuda, a todo o custo, a um Jude Law (aqui com ar de homenzinho) que agora a rejeita mesmo que antes a tenha desejado... é do caraças. Assim como é do caraças a cena de sexo - fria como o dia de hoje - em que se despem sem falar, sem demonstrar qualquer envolvimento emocional... porque falhas na comunicação e estúpidas "coincidências" deturparam todo o sentido existente.
Um filme cheio de mensagens que não podem deixar ninguém indiferente. Injustiças sociais, amores desencontrados, carências que nos fazem dar passos em falso, retratos de vidas familiares cheias de problemas (assim como as vidas de todos nós... uns dias melhores... outros nem por isso).
Dizem que o amor não tem barreiras. Cada vez mais acho que, no mundo em que nos movemos, criamos barreiras para o amor. Um homem carente - com um casamento de merda por uma relação doentia entre mãe e filha - encontra numa mulher solitária e lutadora o alento de que precisava para dar um passo em frente. Um retrato tão cruel, mas tão real, que muitos de nós já passaram. Não me parece ter havido tempo para o verdadeiro amor, mas a actracção existente depressa se desvaneceu porque aqueles dois seres não tinham nada em comum. Ele, um arquitecto de sucesso... ela, uma modista pobre. Nunca achei que o dinheiro pudesse ser motivo de afastamento entre as pessoas quando os sentimentos são reais (a menos que se trate de pessoas que vivam da imagem). Nem aqui me parece que tenha sido isso. De facto, nada tinham a ver um com o outro. O que torna tudo mais cruel. Cumpriram uma função na vida um do outro: ela conseguiu resgatar o filho de uma vida marginal; ele reaproximou-se da mulher...
Caraças... Ainda há mais mensagens no filme que merecem reflexão.. mas vamos lá com calma... :)
sábado, janeiro 27
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3 comentários:
Belo filme! Cheio de momentos tristes e sérios mas repletos de força humana e mensagens curiosas.
Gostei do teu texto e o meu programa de hoje à noite vai ser ir ao cinema ver esse filme mas preferia que não tivesses contado o fim...
ooopsssssssssssssss.... sorryyyyyyyyyyy... espero que tenhas gostado do filme (desboquei-me um bocadinho, mas houve ainda muito por revelar ehehehehe)
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