sábado, julho 29

E se de repente o paraíso fosse na terra?

Quando a esmola é muita, o pobre descofia. Pelo menos é o que se costuma dizer. Não sei se é por sermos portugueses e estarmos sempre à espera de que algo desagradável aconteça ou se, simplesmente, é porque sabemos bem que na vida há bons e maus momentos. A seguir a um bom, haverá um mau; depois de um acontecimento negativo há sempre uma lufada de ar fresco que invade as nossas vidas.

E se, de repente, o mundo parecesse parar com os acontecimentos maus e só trouxesse coisas boas?! Daquelas a que não estamos habituados e que, por isso, estranhamos. São serenas, belas, entusiasmantes pela sua originalidade. E eis que o ser humano se coloca logo à defesa: "eh pá! Não estou habituado a isto... Devo aproveitar sem pensar em mais nada ou começo já a preparar-me para o momento mau que vem a seguir?". Pois... Não sabemos se virá mesmo um momento mau a seguir (ou, pelo menos, não sabemos se ele se vai dar na mesma situação que agora nos faz felizes), além de que o passado e o futuro são imaginações nossas. Não existem. Um porque teve o seu tempo para acontecer e já lá vai; outro porque é baseado em especulações, sonhos, ânsias e pode nunca acontecer. E nesta viagem constante entre passado e futuro, perde-se a oportunidade de viver na terra o paraíso. Porque ele existe. Sim, existe. Mas é preciso deixar que tudo aconteça em liberdade, sem limitações, sem a tentativa desenfreada de agarrar o que quer que seja. Porque, tal como os animais selvagens, perde a sua beleza e espontaneidade se for sujeito ao aprisionamento.

quarta-feira, julho 26

A liberdade existe mesmo???

Sempre pensei que a liberdade era a maior ânsia do ser humano. O maior sonho, o patamar a alcançar. É que, como gosto de ter asas para voar, detesto que me tentem enfiar numa gaiola para me prender os movimentos. Mas descobri que, apesar de apregoarmos todos que devemos ser livres e deixar livres os outros, o mais comum é tentarmos meter quem amamos na nossa gaiola.

Ora bolas! E eu a pensar que a expressão máxima da liberdade era o amor... Tudo me leva a crer que, porque somos humanos, pensamos e temos ciúmes, a verdadeira liberdade não passa de uma utopia. E eu continuo, feita criança mimada, a dizer: "por favor... dêem-me liberdade! Não tentem prender-me na gaiola!" Não sei se conseguirei bons resultados...

terça-feira, julho 25

Medo, maldito medo

O medo é um tipo lixado! Se, por um lado, nos impede de correr perigos desde crianças (perante o receio de nos cortarmos, queimarmos ou morrermos há coisas que não fazemos de todo); por outro lado pode muito bem impedir-nos de dar passos que seriam importantes para as nossas vidas.

Em teoria, qualquer pessoa considera que os medos se devem vencer e que a existência tem muito mais sal e sabor se nos esquecermos das fragilidades e nos aventurarmos. Eu penso que talvez também seja o hábito de pensar em tudo para não fazer asneiras que activa em nós um mecanismo de defesa. E, claro está, de tão pensado que foi deixou de ser um acto espontâneo e perdeu toda a leveza que seria suposto ter.

É engraçado como, também muitas vezes, nos defendemos sem razão dos outros. Achamos que eles nos atacam, mas eles apenas estão a fazer o mesmo que nós: a proteger-se, a agir à defesa. O ideal - e tenho consciência que utópico - seria perder o medo, deixá-lo sozinho num canto qualquer (há tanto sítio mais proveitoso onde ele pode ficar). Mas, em conversa com as pessoas que me rodeiam, percebo que todos temos medos (uns mais controlados do que outros) e agimos ou deixamos de agir em função disso. Medo de amar, de sofrer, de não dizer as coisas certas, de falhar, bla bla bla. Medos, medos, medos...Que só se resolvem aceitando-os e indo além deles.

sexta-feira, julho 21

Nada Acontece por Acaso

Nunca, na minha vida, estive tão preparada para dizer isto como agora. Recentemente, um imprevisto (e, diga-se, uma grande confusão) deu origem a uma situação que ainda estou a tentar digerir, mas que me empurrou para um cruzeiro que anda a uma velocidade assustadora. Costumo ser boa a ler sinais (os meus sinais, as mensagens que a vida me envia) e percebi, desde logo, a que se poderia dever a referida confusão. Agora que já confirmei o seu propósito e aceitei vivê-lo (tentando não ter medo e ser corajosa, o que nem sempre é fácil dadas as circunstâncias) resta-me ir avançando com tudo o que a vida tem para me dar. E espero que seja muito bom...

quarta-feira, julho 19

Será isto a vida?!

Uma passagem pelo dicionário mostra que "vida" é, entre outras definições:
1- um "estado de actividade de animais e plantas",
2 - o "espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte",
3 - "o conjunto de coisas necessárias à subsistência".

Detenho-me nestas porque acho serem as mais fiéis ao que nós levamos como vida.

1 - viver acaba por ser andar de um lado para o outro, muitas vezes sem tempo de parar para pensar, a tentar acompanhar o ritmo frenético de uma sociedade consumista e virada para o Ter em vez do Ser,
2 - para muitas pessoas viver é nascer por acaso e esperar que a morte venha, qual vegetal. Seja isso por cansaço, apatia ou desilusão, viver é andar cá por andar,
3 - para provarmos que estamos vivos alimentamos a nossa despensa do Quero e Tenho, sempre na ânsia de mais e melhor.

Pois, para mim, a vida também inclui algumas destas coisas (umas porque me dão conforto, outras porque vivo em sociedade e tenho de me submeter a elas), mas é muito mais do que isto. É esquecermos onde estamos, com quem estamos, o que fazemos, o curso que tirámos, a casa que comprámos e o dinheiro que ganhamos. É chegar a um grau gigante de humildade e pensar que o lugar minúsculo que ocupamos neste mundo tem um sentido e não somos vítimas de nenhum carrasco. Além disso, é ter a capacidade de perceber que também erramos, que a dor existe e passa por nós, que às vezes nos apetece chorar e estamos destroçados, que de seguida virá a bonança e vamos recuperar da desgraça com mais força.

Hoje atingi esse estado de anã que, curiosamente, me fez sentir muito grande. Mais curioso, ainda, é como essa serenidade e introspecção faziam os outros aproximarem-se. Sempre com leveza, sempre com simpatia, sempre de forma inesperada. Como inspiração, um passeio solitário de barco, com o Sol a bater na cara e o vento a agitar os cabelos, e uns quilómetros ao volante a cantar as músicas do rádio e a tentar perceber os sinais da vida. Mas qual vida?! A verdadeira ou aquela que nos disseram ser a mais adequada?! Ora aqui fica um convite à distinção destes dois tipos de solicitações que nos perseguem dia-a-dia. Se bem que um deles é sempre mais perceptível (apesar de me arriscar a dizer que é o que nos fará mais infelizes).

terça-feira, julho 18

Mimo... com mimo se paga

Que o melhor do mundo são as crianças não é novidade. Que as coisas boas atraem mais coisas boas e as coisas más outras dessa índole atraem também não é notícia em primeira mão. Que o mimo sabe bem e todos precisamos ninguém duvida. Se ele vem de uma criança, então, vale este mundo e o outro. Porque as crianças são genuínas - mesmo que nos tentem manipular para atingir os seus objectivos - e quando beijam e abraçam conseguem aquecer-nos o peito tal é a intensidade da verdade com que o fazem.

Hoje alguém me disse, do alto dos seus cinco anos bem reguilas, um "gosto muito de ti!" seguido de um abraço aconchegante e um beijo que me amassou as bochechas. Mimo com mimo se retribui... Sendo esta máxima cumprida de parte a parte, pede-se a alguém que separe estes "mimosos"...

Em cada partida a nostalgia

Estou de férias. Comecei-as com um trabalho de alojamento turístico. Mais uma vez, como de todas as que me desloco a algum sítio para depois contar uma história, trago no peito a nostalgia de ter partido. A menos que o local seja uma espelunca ou as pessoas muito desagradáveis (o que nunca me aconteceu), existe sempre uma troca de energias que me alarga os horizontes. Que me faz sentir que valeu a pena mais um trabalho, mais um lugar que se conheceu e largou no dia seguinte. Ficam guardadas as memórias, as imagens, os cheiros de cada um dos sítios por onde passei. Os olhares de cada pessoa com quem me cruzei e tive de interagir... Se calhar porque sou uma "cidadã do mundo" que gosta que a vida seja um entra e sai de pessoas, uma renovação constante, uma caixinha de surpresas... que deixa na boca o sabor amargo da nostalgia, da não pertença a nenhum lugar e, possivelmente, a todos ao mesmo tempo.

quinta-feira, julho 13

A culpa é sempre... das mulheres

Há coisas que me conseguem mesmo tirar do sério. A prostituição é uma delas. Não o facto de existir, nem as razões que levam algumas pessoas a praticá-la. É, sobretudo, a forma como as pessoas que a praticam são tratadas e marginalizadas. Agora refiro-me apenas às mulheres (sabendo bem que os homens também a praticam em diversas escalas) porque vi um documentário que me deixou de boca aberta.

As descrições destas miúdas (sim, há algumas com 15 anos) são impressionantes, de provocar pele de galinha. A necessidade de o fazerem para sobreviver (quer porque são "agarradas", quer porque são novíssimas e têm filhos para sustentar) faz-me odiar a sociedade em que vivemos, hipócrita, que muitas vezes dá apoios a quem não precisa (ou não quer fazer nenhum) e esquece os que realmente precisavam de uma ajuda (nem que fosse emocional). Ok. Eu sei que a prostituição pode ter contornos de luxo, ser viciante do ponto de vista em que dá muito dinheiro a ganhar... mas bolas... nem me interessa isso agora. O que me interessa - e me indigna - é que em Oklahoma haja parques de camiões onde elas "atacam". E, em consequência, mais camionistas nesses parques precisamente porque elas estão lá. Pior. o que mais me choca, mesmo, é ter visto uma rusga a um desses parques em que o agente simulou ser camionista e - imagine-se! - consegui prender a rapariga. Uma miúda com 19 anos, filhos em casa para sustentar, a fazer 500 dólares por noite (o que dá mais camionistas do que os dedos das mãos podem contar) e a ser detida porque fez o que não devia, o que a lei proíbe: vender sexo.

Ora que grande merda (desculpem lá a franqueza)! Querem ver que elas invadem os camiões e os desgraçados dos camionistas são violados e obrigados a dar-lhes dinheiro!!! Ela infringiu a lei e tem de responder por isso. Mas e os palhaços que as procuram, tratam como lixo e deitam fora de seguida? Foram seduzidos. Sim, porque a culpa é sempre das mulheres. O que quase dá a entender que os homens são uns seres andantes com músculos, imenso apetite sexual e desprovidos de cérebro ou de algo que os faça conseguir dominar os seus "instintos".

O mais triste é que, mesmo não falando de prostituição, muitos homens têm este comportamento idiota de fazer recair a responsabilidade nas mulheres porque, coitados, não se conseguem controlar e elas (nós) provocamo-los. Posto isto, acho que alguns até merecem ficar em ponto de rebuçado e serem atirados ao duche de seguida. Pode ser que com o treino aprendam a comportar-se com dignidade e a usar o que têm debaixo do cabelo.

Acrescente-se que, segundo os relatos, muitas delas se odeiam pelo que fazem e se anulam, deixam sair a alma, quando estão com os clientes. Outras drogam-se o mais possível para não sentirem a dor. Outras, ainda, não contam os clientes; contam o dinheiro e só páram quando conseguem o "suficiente". E há mais! Muitas vezes quando conseguem o suficiente para o chulo, que as enche de pancada se o dinheiro que ele quer não chega. Uma delas vê mal tal foi a carga de tareias sucessivas que foi levando. O que resta, no fim, destas mulheres? Acabadas para a profissão (ou então a atacarem nas zonas chungas, que até mete nojo só de imaginar), ausentes de si próprias porque se habituaram a não sentir para não sofrer, sozinhas, cheias de traumas e complexos... Perde-se uma mulher, perde-se um ser humano talvez para sempre... Eu preferia que houvesse prevenção porque me custa imaginar o que deve ser passar o resto dos dias com estes fantasmas e neste vazio existencial.

quarta-feira, julho 12

Há males.. que vêm por bem

Há ditados populares cuja origem se desconhece, mas que fazem todo o sentido se estivermos atentos aos sinais que a vida envia e ao decorrer da própria vida. Sofrer é tramado. Ah, pois é! E raramente se percebe logo a razão do sofrimento. Outras vezes nunca se chega a perceber e a única coisa que se deseja é nunca ter passado por aquilo. Lamentavelmente, não há volta a dar. O tempo não anda para trás, o que foi não volta a ser e nunca nada se repete (pelo menos, não com o mesmo cenário ou com as mesmas personagens). O curioso é que, se estivermos de antenas ligadas, vamos acabar por perceber o quanto foi importante termos feito aquela percurso e não outro qualquer.

Hoje, por razões que não me apetece revelar, agradeço o facto de ter tido tantas pessoas "estranhas" e complicadas a passarem pela minha vida. Agora, estou a ser chamada a aplicar esse "know how" e, por incrível que pareça, com um à-vontade que eu nunca julguei poder vir a ter. Obrigada a todos os malucos/as e perdidos/as que comigo se cruzaram. Na altura, reclamei com a vida. Hoje percebo, melhor do que nunca, que há males que vêm por bem... Ai há, há!

domingo, julho 9

O Segredo é...

... ter a certeza de que se é capaz. Há uns anos, em conversa com uma amiga - a propósito de um tema que agora não interessa nada trazer à baila -, concluiu-se que grande parte do sucesso de algumas pessoas passa muito pela certeza de serem capazes. Volvido todo este tempo, acho que posso comprovar essa teoria. Hoje em dia há coisas que não me aterrorizam porque tenho a certeza que as domino e que consigo aplicar as técnicas necessárias para que tudo dê certo. Noutras matérias, porém, há insegurças que vêm à tona e penso que o grande segredo não é esperar que elas desapareçam. Pelo contrário, é seguir em frente tendo consciência delas. Esse passo em frente na incerteza produz um efeito incrível e muito inesperado. Em matéria que, também agora, não interessa nada trazer à baila, tenho verificado o fantástico que é atrair para a minha vida situações inesperadas que acontecem única e exclusivamente porque não estou a pensar nelas, não estou preocupada e não me aquece nem me arrefece que elas aconteçam ou deixem de acontecer. Se, aliado a isto, juntar o facto de não estar nada procupada em falhar e de ter a certeza daquilo que quero e mereço... pois bem... é ouro sobre azul.

quinta-feira, julho 6

Há Dias...

Ele há dias em que não apetece mesmo nada a não ser mudar de vida. Não porque as coisas corram mal, mas porque a rotina nos faz desejar algo diferente. Muitas vezes nem se percebe a razão da insatisfação. Depois de trabalhar a ritmo acelerado para cumprir prazos, o que apetece mesmo é espairecer e esquecer por momentos quem se é, o que se faz aqui e o que é preciso ainda fazer. Posto isto... vou espairecer... :)

A insatisfação tuga

É mesmo à tuga! Depois do fracasso dos sub-21 há pouco mais de um mês, a selecção A presenteou o país com uma das maiores exibições de sempre. Até o grande favorito Brasil foi derrotado onde os portugueses conseguiram ganhar e a promissora Argentina arrumou as botas e foi para casa. Num jogo de nervos contra os poderosos do "Zizou" (vulgo Zidane ;) ), no qual eu acho que Portugal fez uma grande exibição, acabou-se o sonho tuga. Agora todos reclamam. E aí está o que eu contesto na atitude portuguesa. Então e o lado positivo? OK, poderíamos ter ganho. Ok, perdemos mais uma grande oportunidade. Mas há ainda o reverso da moeda: tirando 2002, temos chegado cada vez mais longe entre as equipas grandes do mundo. Boa, Portugal! Para mim cumpriram o vosso dever e mostraram que mereceram seguir em frente e estar entre os quatro melhores do mundo.

Espero, amanhã, não ouvir toda a gente reclamar o lance infeliz do Ricardo Carvalho ou apontar todas e cada uma das oportunidades de golo. Eu arrisco-me a dizer que isto é karma :). Somos um país de emoções, de fado, de touradas e Amálias. Temos a sina de sofrer até ao fim, de enfrentar gigantes adamastores, de construir poemas lindos de fazer chorar as pedras da calçada (oh Espanca, oh Bocage, oh grande Camões...). E temos a sina de nunca vermos as coisas pelo lado positivo...

quarta-feira, julho 5

Você é simpática... Volte a falar comigo..

Um dia desta semana tinha um lanchinho combinado no Chiado. Depois de um dia intenso de trabalho, adoptei uma postura Zen e lá fui eu descontraidamente (como gosto de fazer sempre que posso ou consigo). Levar carro para o Chiado é mesmo uma ideia triste, mas às vezes é um ganhar de tempo e um conforto quando se prevê sair de lá tarde e se mora fora de Lisboa.

Umas voltas de reconhecimento e lá está um homenzinho a acenar. Onde há arrumador a acenar, há lugar de certeza. Os arrumadores costumam irritar-me porque, além de não me ajudarem, atrapalham-me e ainda querem dinheiro por isso. Mas com este foi diferente. O tipo não se colou à traseira do meu carro, não correu o risco de ser atropelado (o que me permitiu fazer a manobra à primeira) e ainda disse "ah! a senhora consegue!". Um tipo "inteligente", portanto... Como estava Zen - e para mim o tempo tinha parado - dei-lhe conversa. "A vida está má!", "Estou inscrito numa agência de trabalho temporário", "Eu sei que ninguém tem a obrigação de me dar dinheiro"... pa ta ti pa ta ta... Ia ele falando enquanto me acompanhava ao parquímetro. Sim, dei-lhe uma moeda, mas ainda tive de pagar estacionamento. "Os gajos da Emel já aqui estiveram, mas nunca se sabe. É melhor a senhora pôr lá qualquer coisita", dizia-me o Lúcio. "Lúcio! Deixe lá o senhor", disse-me o homem. Que entretanto me perguntava o nome e já me tratava por tu. "Tou a falar de mais...", concluía. Mas não se calava. "Você é simpática e compreende-me. Da próxima vez que parar por aqui volte a falar comigo..."

Esta tocou-me um bocadito. O tipo até admitiu que bebia uns copos (o que, aliás, se notava bem), mas que não se "picava"; que tinha 50 anos e tinha tido um relacionamento com uma miúda de 17 (com outros encontros pelo meio) e que não gostava de ser maltratado pelos "choferes". Mas o que mais me deu que pensar foi aquela solidão. Como eu já vi tantas outras vezes nos olhares de muitos arrumadores a quem dei dinheiro e um dedinho de conversa. E que, volta e meia, vejo nos olhares de muita gente. Acho que é por isso que eu dou conversa a estranhos. Para absorver algumas dessas experiências que me são tão distantes, mas que me fascinam pela sua diferença. E, também, porque a troca de palavras e a partilha entre as pessoas nos torna mais humanos e nos faz sentir mais inseridos neste mundo.

domingo, julho 2

Adoro...

... dias sem relógio ou preocupações com a agenda, em que tudo flui de forma natural, como deveria ser sempre;
... momentos descontraídos que nos transportam para outro lugar, pacífico e entusiasmante, até onde der a imaginação;
... pessoas simples e verdadeiras, que agradecem à vida tudo o que têm e facilitam a existência dos outros;
... um passeio pela praia ao final do dia e uma conversa na areia até ao pôr do Sol;
... momentos de encontro com o "eu" mais profundo, que nos levam a dizer: "sim, vale a pena viver; sim, é isto que eu quero que a minha vida seja";
... um concerto intimista e lindo como o que vi há poucos dias, dado por um homem admirável que tem uma das qualidades que mais admiro nos seres humanos em geral (e nas pessoas que me rodeiam em particular): HUMILDADE.