quinta-feira, julho 26

Nunca lamentem morrer...

lamentem apenas não ter vivido. Isto já parece um blogue de mortes e desgraças, mas não tem nada a ver com isso. Em cada pequena morte há um recomeço, por isso há que ver o lado positivo. Passeava-me pela net, tropeçava na cultura e eis que me deparo com um blogue de um artista anónimo que resolveu criar, para um conhecido festival, um trabalho sob anonimato. Depois de ter causado grande polémica, eis que este ano ele está de volta. Não percebi se tem uma doença grave ou o que se passa na verdade. Só sei que parece que vai morrer.

Dei comigo a ler os posts que lhe deixam e a encontrar uns com pena, outros revoltados. Um dos visitantes aplaudia a ideia ousada do artista anónimo e minimizava a tragédia iminente que lhe poderia estar a acontecer: "Nunca lamentem morrer... lamentem apenas não ter vivido".

Devo confessar que nunca temi a morte. Sempre fui sua aliada, sobretudo quando a vida parece não fazer muito sentido (e há casos que não lembram ao diabo!). E também não me parece que se deva lamentar morrer porque já sabemos que é o que nos está destinado... pelo menos a um nível físico. O que nem sempre nos está destinado são as opções que fazemos, os passos que damos, as pessoas que deixamos entrar e sair das nossas vidas. E a isso chama-se viver. E viver magoa muitas vezes. Mas também nos dá o arcaboiço para seguir em frente.

Continuo a desiludir-me todos os dias com atitudes que acho que as pessoas deviam ter tido... e que não tiveram. Mas continuo a agradecer-lhes todos os dias o facto de terem passado pela minha vida. Sem elas, não teria percebido que mereço mais e melhor... ou, pelo menos, diferente. Por isso, "nunca lamentem morrer... lamentem apnas não ter vivido"...

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