A propósito disto, já ouvi várias teorias. Desde "a vida é dura e difícil" até "para aprender não é preciso ser através da dor". Acho que concordo com ambas. Tem dias em que parece que tudo nos corre ao contrário e não há como dar a volta, mas também há alturas em que o caminho mais fácil acaba por ser a própria solução (nós é que complicamos). Seja como for, parece ser um facto que cada vez que sofremos saímos mais fortes. É preciso, porém, aproveitar a dor do momento e transformá-la em algo de proveitoso que nos possa ser útil mais tarde. Há erros que, seguramente, não voltaremos a cometer (a não ser que não tenhamos aprendido a "lição") e outros novos nos quais iremos acabar por cair. Mal seria se toda a aprendizagem de uma vida fosse feita num só momento e num curto espaço de tempo.
Erro atrás de erro, experiência após experiência, vamos dando sentido e consistência a esta oportunidade chamada vida. Às vezes injusta (pelo menos, de acordo com a nossa bitola), outras alegre e entusiasmante. De onde viemos e para onde vamos continua a ser um mistério que muitos tentam explicar de variadas maneiras. Mas será que isso importa mesmo? É certo que a forma de viver pode ter leituras paradoxais consoante se acredite que só existe isto ou se pense que há algo mais para além do aqui e do agora. Por vezes temo chegar a "velhinha" e ter perdido demasiado tempo a entristecer-me com coisas e com pessoas sem ter aproveitado o que devia; outras temo chegar a uma idade avançada e ter andado distraída com coisas supérfluas no exterior que não me deixarão, depois, saber muito bem quem sou e o que fiz aqui. Seja como for, só lá chegando é que o saberei. Que o sofrimento não se torne em amargura, mas em mestre interior de crescimento e felicidade. Que as alegrias não me turvem a vista e me permitam, sempre, saber que a vida tem momentos de sofrimento e eu estarei à altura de recebê-los e resolvê-los com dignidade.
Há um livro interessante (que ainda não tive oportunidade de ler, só folhear) que parece ser o que, na realidade, não é... Chama-se "A Inutilidade do Sofrimento", de Maria Jesus Alava Reyes. Estou a imaginar os mais temerosos a enfrentar a dor a esfregarem as mãos de contentes: "Vês, vês! Afinal, o sofrimento é inútil. É possível viver sem ele!" Maravilha, digo eu. A autora, pelo que consegui retirar do contacto superficial com o livro, diz que as pessoas estão presas a vícios que as fazem permanecer no erro e na dor. Pensamentos negativos, as mesmas atitudes para a adversidades. Ao invés, se aproveitarem o lado bom dos obstáculos e adicionarem uns pozinhos de pensamento positivo (agora e sempre) conseguem transformar um grande problema num incómodo possível de resolver. Hmmm. Um desafio para quem vive descontente e costuma ser uma "vítima" desta vida...
"Maria Jesus Alava Reyes, com mais de 25 anos de experiência no campo da psicologia, reúne neste livro reflexões, pautas de comportamento, exercícios de autocontrolo e testemunhos que nos ajudam a quebrar com o nosso sofrimento inútil e olhar a vida, não como uma tragédia, mas como um presente, cheio de oportunidades, que devemos aproveitar dia após dia."
domingo, maio 21
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