Num destes fins de tarde soalheiros de início de Verão, estava eu com um amigo e algumas caras novas a ouvir falar da vida, das situações que nunca mudam e das tranformações radicais que ocorrem quando menos estamos preparados. Os raios de Sol entravam pela Confeitaria Nacional, como que a presentear-nos, e a sensação era de relaxamento absoluto, de entrada noutra dimensão. Só as pessoas apressadas a passar na rua me relembravam que estava em Lisboa, num dia de semana, numa época de agitação e transformação pessoal imensa.
Esse meu amigo é terapeuta. Encontrei-o por acaso e aceitei juntar-me a eles para tomar um chá. Claro que aquelas pessoas o procuravam para pedir ajuda. Quem sabe para encontrar ali uma orientação que os ajude a nortear as suas vidas; quem sabe para procurar conforto num chá quente, numas palavras amigas e numa experiência de vida. Antes de ser terapeuta, esse meu amigo teve um grave problema de saúde que o podia ter matado. Aliás, eram essas as previsões dos médicos. Mas cá está ele, prontinho a contar a sua experiência de vida e a mostrar aos outros que se ele conseguiu... qualquer um consegue. Perante isto, palavras para quê?
Uma das pessoas presentes dizia que sempre tinha tido força para enfrentar os problemas da sua vida, mas que agora eles eram mais que muitos e não achava justo. Além disso, olhava para o lado e o mesmo não acontecia às outras pessoas. Então, porquê a ela? O meu amigo riu-se, como se conhecesse bem essa sensação e respondeu: "Nós somos incríveis... A nossa vaca é sempre melhor do que a da vizinha, mas a da vizinha dá mais leite do que a nossa...".
E é verdade. Somos sempre as melhores pessoas, as mais justas, as mais capazes, as que merecemos tudo. Mas na hora da aflição, é só a nós que nos acontecem as desgraças porque os outros devem estar alegres, felizes, com vidas preenchidas e animadas. É caso para dizermos a nós próprios: "Que se lixem os outros. Tenho é de fazer pela minha vida e tentar aproveitar ao máximo o meu potencial."
Ai, ai... Dá que pensar...
quinta-feira, maio 25
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