Lidar com o poder nem sempre é fácil para quem o detém. Sobretudo se for inseguro ou se tiver consciência de que o seu poder é grande e pode levar a perda de controlo. Os resultados desta má ligação ao poder é que são verdadeiramente desastrosos. Muitas das pessoas que temos em cargos de chefia chegaram lá sem mérito próprio e são, por isso, evidentes maus líderes. O problema é que acabam por prejudicar o trabalho dos seus subordinados. Tornam-se intolerantes, incompreensíveis e, quase sempre, de uma enorme arrogância. Esta última serve para taparem o vazio que neles existe, o medo de não serem capazes ou reconhecidos. Pena é que ainda não se tenham apercebido que o verdadeiro poder vem da certeza e da aceitação de quem somos. O poder exterior, esse, é passageiro e morre quando menos se espera.
O que tenho observado em redor é que alguns desses líderes (não inatos, mas forçados) nem sequer concluíram os estudos, são extremamente desorganizados, não sabem trabalhar em equipa e abusam do poder que lhes foi conferido. Se sentem esse poder ameaçado, tornam-se "lambe-botas" dos respectivos superiores, fingem trabalhar como nunca se viu e gritam para mostrar que estão no comando das operações. Quando reparo nisto, rio-me por dentro. Rio porque percebo o mecanismo. Porque sei que eles estão cheios de medo. Porque me dá pena sentir que estão desorientados. E essa talvez seja a maior tristeza de um ser humano: não saber quem é, andar a dispersar-se sofregamente em busca de um sentido de vida.
Líderes verdadeiros conheci poucos, mas recordo um que me fazia mudar de opinião e reconhecer que estava errada com um sorriso nos lábios e sem nunca alterar o tom de voz. Tinha inteligência emocional, que tanta falta faz a cada um de nós.
terça-feira, maio 9
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