sexta-feira, agosto 4

Compatibilidades...

A compatibilidade deve ser (se não o maior) um dos desejos mais profundos de qualquer pessoa. Encontrar o emprego ideal, a casa ideal, o parceiro ideal, etc, etc, etc... Muitos são os esforços neste sentido e muitas as desilusões quando se percebe que, afinal, talvez o ideal não exista. O que existe, por vezes, é uma aproximação de um ideal que nós criámos em fantasia e que, por falta de bases reais, não passa disso mesmo: um ideal, uma utopia.

Quando se fala de relações, então, muitas vezes descemos de ideal para óptimo, depois para razoável, seguindo-se o aceitável e, para algumas pessoas, chega-se à fasquia do "antes isto do que nada". Ora aqui está uma postura de vida que me tira do sério. E que tal: "antes nada do que isto!"??? Nos últimos tempos, o que tenho visto em volta é essa comiseração e passividade perante o que a vida nos apresenta. Sem sentido crítico, sem noção do que é melhor para si, há pessoas que se sujeitam a ter uma vida de merda para não terem que se esforçar muito. É sempre preferível uma atitude passiva a ter de fazer opções e, quantas e quantas vezes, alguns sacrifícios.

Pois eu acho (incrível como eu consigo achar sempre tanta coisa...) que há pessoas, empregos, casas que são completamente incompatíveis com o que queríamos para nós e com o que nos faz felizes. Porém, também considero que a compatibilidade pode vir com o tempo (pelo menos o seu aperfeiçoamento). E isso exige disponibilidade, respeito, boa vontade, capacidade de adaptação e, acima de tudo, uma noção clara daquilo que se quer e de que o mundo não acaba se for necessário esperar mais algum tempo.

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