Há dias de maior sensibilidade. A vida até nos corre bem, não há nada a reclamar. Mas há qualquer coisa que nos impede de nos entregarmos por completo a essa actual felicidade. Como parece que não tenho mais nada para fazer (que ridículo, com tanta coisa em que ocupar a mente), ponho-me a olhar para as pessoas no metro e a tentar perceber como podem ser as suas vidas. Se vejo olhares tristes, compadeço-me e apetece-me ir lá dizer: "Precisa de falar? Posso ajudar em alguma coisa?". Se me parece que a pessoa à minha frente vive com dificuldades, irrito-me com a vida por não permitir que todos tenhamos as mesmas oportunidades. Por não deixar que algumas pessoas tenham férias (ou não há dinheiro ou, simplesmente, têm de trabalhar mais e mais para conseguirem sobreviver), por permitir que crianças tenham fome, sejam mal-tratadas e não saibam o que é ter brinquedos (se bem que isto é mínimo), amor, carinho e muita dedicação.
Depois deste martírio a que me sujeito vezes sem conta, como que em auto-flagelação, ainda tenho tempo para me irritar comigo por me consternar com estas coisas. Se eu pudesse, mudava o mundo (foi por isso que, aos 6 anos, decidi que queria ter esta profissão e mais nenhuma. Que ingenuidade, minha nossa!). Não para que ele fosse como mais me convém, mas para não ter de me entristecer com supostas realidades que eu encontro diariamente e que me deixam sem fôlego. Ok, já aceitei que a vida é assim. Mas porquê???
sexta-feira, agosto 11
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