terça-feira, junho 27

Aproveitar o presente

Este lema passa-nos inúmeras vezes pela cabeça, mas acabamos sempre por adiá-lo mais e mais um dia, até que chega a altura em que olhamos para trás e nos arrependemos do que não fizemos e talvez pudessemos ter feito. Por vezes, tão somente a vida nos disse que não tínhamos de fazer nada. Que tudo está certo. Aconteceu como devia. Mas acabamos sempre por ficar na dúvida... ou não.

Em breve, uma parcela da minha vida vai ter um desfecho. Ninguém me disse nada, mas eu sinto-o no ar. Como se me quisessem dizer, mas não tivessem coragem. Só que há comportamentos que, alguém mais atento, repara e desconfia. Eu reparei e estou desconfiada. Mas também estou preparada para o que der e vier porque a vida já me tinha convidado há tempos a este desfecho. Eu ainda tentei. Porém, houve resistências, impedimentos. Acho que agora a vida resolveu dizer-me: "Ok! Tiveste a tua oportunidade. Não o fizeste?! Eu faço-o por ti." Porque tem de ser. Apenas tem de ser. Há que abrir mão do velho para dar lugar ao novo. Só um louco compra mais loiça para enfiar num louçeiro cheio e renovado. Se calhar tem de se desfazer de alguns pratos para que o serviço que tanto ambiciona - e que irá ter - lhe caiba dentro do móvel.

Pois bem... eu preciso de mandar coisas fora. E nisso a vida é muito inteligente. Ela sabe o que é melhor para nós, senão não faria sentido o ditado "há males que vêm por bem". Tenho pena dos companheiros de viagem que vou deixar para trás. Tenho alguma mágoa de não ter tentado conhecer melhor algumas pessoas (parecem valer a pena), mas vida é assim. E há oportunidades que não se repetem. Ou sabemos aproveitá-las ou deixamo-las ir com os porcos. Em tom de balanço, sei que cresci a vários níveis com esta parcela da minha vida, dentro daquele feudo. Mas também tenho consciência que o tempo de permanência acabou. Ficam as memórias, ficam as saudades, ficam as coisas por fazer e por dizer. Talvez um dia... se forem realmente importantes...

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