Gabriel García Marquez (que eu adoro) é o autor desta frase deliciosa que não me canso de repetir: "Não chores porque acabou... sorri porque aconteceu". Na maior parte das vezes acho difícil não chorarmos quando as coisas acabam. Depende muito da intensidade com que as vivemos, da sensação ou não de falhanço, da forma como tudo acabou, entre outros factores. Mas quando as recordações são boas há sempre motivos para sorrir. Até considero, mesmo, que quando elas são más continua a haver motivos para sorrir. Porque subimos mais um degrau na escala da aprendizagem. Porque nos arriscámos viver situações e não vacilámos. Porque, para a próxima, se formos inteligentes, há erros que não iremos cometer.
Ao contrário do que me fazem crer, considero que no amor não há manuais. Tudo bem, pode (e, se calhar, deve) haver algumas regras. Mas somente as regras do que estamos ou não dispostos a aceitar nas nossas vidas. E isso não se aprende num dia. Conhece-se com o passar do tempo, com um nível elevado de auto-conhecimento e de posicionamento na vida (no momento e no lugar em que nos encontramos e para onde queremos ir). Pois... Comigo também funciona aquela máxima: "não sei por onde vou... só sei que não vou por aí". Sei que sou uma tipa com um feitiozinho lixado. Um osso duro de roer em diversas circunstâncias. Mas, lá está, todos os que souberam conviver com isso continuam alegremente a meu lado e vivemos momentos inebriantes. Sejam de guerra ou de paz. Aprendemos a viver uns com os outros, a adaptar-nos uns aos outros porque aquilo que somos juntos é mais importante do que os nossos feitios mimados e as nossas posições egocêntricas de "quero, posso e mando!".
Fartei-me desta merda de guerra constante que tentamos fazer da nossa vida, do nosso dia-a-dia. Tudo poderia ser mais fácil se não fôssemos tão casmurros. Recuso-me a ter de lutar por algo que deve ser genuíno, espontâneo, povoado de magia e auto-sustentável: a harmonia e a felicidade. E como acredito que, quando tem de ser, é mesmo, não faço nem mais um esforço para contornar o incontornável e para remar contra a maré forte que alguns acontecimentos das nossas vidas representam. Há momentos que não se esquecem, é um facto. Que ficam guardados no tempo, na memória, na pele, no mais íntimo da alma. E nem outros maus os conseguem estragar ou apagar. Há palavras que saem mal, que magoam os outros mesmo que ditas sem intenção. Já está. Já se disse. Já se ouviu. Ou se tem um "poder de encaixe" e maturidade para entender os contextos, as necessidades, as ocasiões... Ou o balão de oxigénio rebenta e fica apenas um sentir tão puro e reconfortante como "Não chores porque acabou... sorri porque aconteceu"...
sábado, agosto 5
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2 comentários:
"Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo."
"Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo."
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