quarta-feira, setembro 13

O que tem de ser é mesmo?

Esta é uma dúvida recorrente na vida das pessoas lutadoras que se confrontam, volta e meia, com obstáculos que parecem intransponíveis. Se calhar, na verdade, eles não são impossíveis de contornar. O que acontece, muitas vezes, é que há coisas que já não nos fazem falta nenhuma, mas que teimamos em manter agarradinhas na nossa vida. Com medo de perder ou de não ter as condições suficientes para que a vida siga em frente, nem damos conta de como já não precisamos de manter aquele emprego, aquele hábito ou determinada estrutura.

Uma coisa que me ensinaram - mas também posso dizer que tenho vivido na pele a sua acção - é que o que já não nos faz falta e teimosamente tentamos agarrar acaba por sair de rompante das nossas vidas. Sem que tenhamos tempo para perceber que está a ir ou pensar porque se foi. Foi-se. De uma forma estúpida, inesperada e sem razão aparente.

Hoje, depois de uma noite pouco dormida e de um dia cansativo, faltava-me mesmo entrar no mail e receber essa notícia. Foi-se. Por acaso acho que até já percebi a razão e fez-se luz cá dentro sobre quais as melhores soluções a adoptar. Mas dá que pensar. De vez em quando criam-se tempestades nas nossas vidas que varrem tudo de uma assentada. Tínhamos acabado de cair e estávamos quase a levantar-nos. E é nessas alturas que há-de vir algo ou alguém que nos empurra de novo.

Penso que neste jogo de conquistas e contrariedades não há grandes segredos. A vida é assim, as pessoas caem e levantam-se (demorem pouco tempo ou uma eternidade). A grande chave de mudança, mesmo, é a atitude com que, depois de cairmos, nos tentamos levantar. Uma vez disse que achava que já nada me surpreendia. Wrong! Há sempre algo que acaba por me apanhar de surpresa. E custa sempre. Mas também verifico que, em cada repetição, demora menos tempo a passar. A grande descoberta - que sempre pensei impossível - é que é mesmo verdade que pode o mundo desabar à nossa volta e a serenidade interior manter-se. Segredos? Truques? Não sei. Acho que passa por aceitar que a vida é assim, que virão dias melhores e que um guerreiro pode perder batalhas, mas que isso não significa que tenha perdido a guerra.

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