quinta-feira, outubro 26

Equívocos involuntários

Se ainda tinha dúvidas, hoje fiquei com a certeza de que muitos dos mal-entendidos que surgem nas nossas vidas podem ter causas involuntárias. Decididamente, hoje não era um bom dia para comunicações (talvez a vida achasse que eu merecia descanso depois de alguns momentos de desgaste).

Começo a rede de equívocos com um telefonema em que me é dito "O teu pai ligou-te, mas não atendeste. Quando puderes, liga-lhe". O quê? O meu pai ligou-me? Mas não tenho, em nenhuma das redes móveis, chamadas não atendidas. Bem, podia estar no elevador ou no metro, mas também não recebi qualquer mensagem de tentativa de contacto... Ok, vou já resolver isto.

Prossigo a rede de equívos a apanhar um susto porque recebo no meu telemóvel uma mensagem que enviei há 2 dias para outra pessoa. Fiquei baralhada: "Terá a pessoa feito um reenvio da mensagem para mim? Mas vem incompleta e não acredito que a pessoa fizesse isso".

A rede de equívocos continua quando recebo, ao final da tarde, uma mensagem que marcava ter sido enviada há algumas horas, curiosamente da mesma pessoa a quem enviei há dois dias a mensagem que hoje me voltou ao telemóvel e que acho que não foi a pessoa a reenviá-la, mesmo que tenha vindo com o número dela (isto não é mesmo para perceber, não se preocupem). O mais curioso é que tinha um envelope preso no visor do telemóvel e a gaita da mensagem não aparecia. Quando apareceu, veio incompleta mas eu nem me apercebi disso. Quando se completou, já eu tinha respondido à primeira mensagem (ainda que com um delay de 3 horas, mas não tive culpa) e tive de voltar a acrescentar qualquer coisa (não faço ideia se a resposta chegou ou não).

Primeiro, o pai nunca me levaria a mal por eu não lhe ter retribuído uma chamada que nunca chegou, mas imagine-se que era outra pessoa ou um assunto profissional? Podia dar logo azo a um valente mal-entendido. Depois, no que respeita à troca de mensagens em delay e muito baralhadas, só serviriam para agudizar mais uma situação já de si fragilizada.

E eu concluo que, às vezes, somos mesmo marionetas de uma coisa estranha que não sei se hei-de chamar destino, sinais ou mesmo problema de telecomunicações em duas redes móveis. Uma coisa estranha que não deu asneira, mas que podia muito bem ter dado.

Depois penso naquelas vezes em que não nos ligam de volta ou não respondem às mensagens. Se calhar, muitas delas são também fruto destes equívocos involuntários. E nós a pensarmos que não nos ligam e que se estão a borrifar para nós. Realmente, há coisas que nos escapam mesmo ao controlo (e que isto agora não sirva de desculpa aos mais "desapegados" e esquecidos no planeta dos telefonemas e das mensagens).

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